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Minho-devoto

Minho devoto

A fé é responsável pelo encanto de muitos dos monumentos, dos usos e costumes e de algum artesanato do Minho, uma terra de gente devota.

A religião católica é evidente no património histórico e arquitetónico desta região, que pode visitar durante todo o ano. No entanto, há eventos religiosos que exponenciam essa mística. Da Semana Santa de Braga às Festas da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, passando pelas Festas Gualterianas, em Guimarães, não faltam motivos de animação no Minho, onde a gastronomia e o caracter genuíno das pessoas fazem o resto.

A Roma portuguesa

Visite Braga na Páscoa, suba ao Santuário do Bom Jesus do Monte sítio magnífico onde se conjugam a obra da natureza e do Homem e assista às celebrações da Semana Santa, que acontecem na Roma portuguesa desde os tempos da Idade Média.

Durante esta época festiva, a cidade transfigura-se atraindo milhares de visitantes. Por toda a cidade, há decorações com motivos alusivos à quadra pascal e os bonitos altares de rua, engalanados com flores e luzes.

Do programa religioso, fazem parte, por exemplo, as procissões do Enterro do Senhor, que percorre todo o centro histórico, e Teofórica, que tem lugar dentro da majestosa e mais antiga catedral de Portugal. Na primeira, homens descalços e de cabeça tapada os Farricocos , vestidos com túnicas roxas, desfilam com tochas nas mãos, evocando os penitentes públicos até ao séc. XVI.

Braga vive também a Festa de S. João, que data desde o século XV. A festa começa na véspera, dia 23, pelas 9h, e inclui cortejos, folclore, martelinhos, alho-porro e manjericos. É obrigatório visitar os quadros bíblicos nas margens do Rio Este e comer sardinhas assadas com pimento e broa ou bacalhau assado na brasa.

Finalmente, no último fim-de-semana de Maio, vale a pena assistir ao evento Reviver Bracara Augusta, um evento que recria o dia-a-dia da ocupação romana e dá vida ao centro histórico da cidade. O mercado da época, o acampamento militar, os cortejos e a gastronomia tradicional são os pontos altos do programa, que inclui ainda vários espetáculos e animação de rua.

Seja qual for a altura do ano, quando for a Braga, prove, nos restaurantes da cidade, o famoso bacalhau à Braga, o cabrito assado e o pudim Abade de Priscos. E não deixe a cidade sem levar as conhecidas frigideiras e pedir numa pastelaria o pão-de-ló, os fidalguinhos e as talassas para levar.

Os rogos dos pescadores

Em Agosto, os caminhos da devoção vão dar a Viana do Castelo e à Romaria da Nossa Senhora da Agonia. A festa acontece no dia 20 e no fim de semana mais próximo e remonta a 1772. Desde o século XVIII que os pescadores rogam à virgem para que lhes conceda bom mar, mas só em 1968 se realizou a primeira Procissão da Senhora DAgonia ao mar.

Na festa do traje, que teve início no jardim público em 1931, belas raparigas e rapazes vestem os ricos e coloridos trajes tradicionais e é possível apreciar os mais belos trajes de noiva, mordoma e lavradeira, assim como as lindíssimas peças em filigrana, conhecidas como Ouro de Viana. O Cortejo Etnográfico, os desfiles de gigantones e a grandiosa Serenata de fogo de artifício completam o programa.

Por maior que seja azáfama, arranje tempo para visitar o Santuário do Monte de Santa Luzia. Sobranceira à cidade, a imponente Basílica de Santa Luzia começou a ser construída em 1903 e ficou concluída em 1943. A vista é absolutamente imperdível.

À mesa, é pecado deixar de pedir arroz de galo de pé descalço ou pica no chão , rojões à moda do Minho, arroz de polvo à moda do Minho e bacalhau à Margarida da Praça, à Gil Eannes, à Zé do Pipo ou à Camelo.

Cidade berço

Na cidade berço de Portugal, Guimarães, no primeiro domingo de Julho, assista à Grande Romaria de S. Torcato. Os cortejos alegóricos que desfilam pelas ruas representam as cenas da vida do santo.

Na cidade que é Capital Europeia da Cultura em 2012, as Festas Gualterianas, no verão, são outro ponto alto do calendário religioso. A procissão em honra de São Gualter é um dos destaques.

Visite o Santuário de Nossa Senhora da Penha, que fica situado no cimo da Serra de Santa Catarina, a 617 metros de altitude. A capela foi mandada construir em 1652 e, posteriormente, em 1727, passou a servir o contíguo Convento da Imaculada Conceição. A devoção a Nossa Senhora da Penha leva mais de um milhão de pessoas a visitar anualmente o santuário.

Há mais

Em Barcelos, o dia 3 de Maio é sagrado ao Senhor das Cruzes e é feriado municipal. É outra das grandes romarias do Minho e um retrato autêntico da cidade.

As origens da Festa das Cruzes remontam ao século XVI e ao milagre das cruzes. Com um caracter marcadamente religioso até ao século XX, hoje a romaria inclui o artesanato, os tapetes de flores, a música popular e os Zés Preiras.

As iguarias gastronómicas a experimentar são as papas de sarrabulho, o galo assado, o polvo assado na brasa, os sonhos e as queijadinhas. De recordação, traga olaria e figurado, claro. Não é à toa que Barcelos é conhecida como a capital do artesanato.

Como Chegar

Para o Porto, há voos low cost, por exemplo, de Londres (Stansted e Gatwick), Paris (Beauvais, Orly, Vatry e Charles de Gaulle), Marselha, Lille, Tours, St. Etienne, Bolonha, Bordéus, Lion, Toulouse, Madrid, Barcelona El Prat, Tenerife, Valencia e Palma de Maiorca.

Apenas no verão, há companhias low cost a voar de Liverpool, Las Palmas, Carcassonne, Rodez e Nantes.

Com tarifas normais, há ligações aéreas a partir de Londres Gatwick, Madrid, Barcelona e Paris Orly.

Do Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, a melhor forma de chegar ao centro da cidade do Porto é de metro. A viagem dura cerca de 30 minutos.

Para Viana do Castelo, que fica a 60 Km do Aeroporto do Porto, apanhe a A28/IC1 ou a EN13. A Guimarães, chega-se em aproximadamente 30 minutos pelas autoestradas A7 e A3. Para Barcelos, tome a A28 e a A11 ou a A3 e a A11. A A3 também o levará a Braga.

Fonte: visitportoandnorth.travel

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...” Balugães é pequena terra. O viajante anda um bocado, pergunta onde é a igreja matriz, outra românica obra que é preciso ver.... Então o viajante dá porque se encontra no Portugal do século XIII ou XIV, quem sabe se este caminho não será muito mais antigo, de tempos romanos ou godos.”...

José Saramago, Viagem a Portugal