Balugães é uma aldeia situada na fronteira dos concelhos de Viana do Castelo, Barcelos e Ponte do Lima. Na sua origem está uma importante citânia erguida no Monte de Caramona, datada da Idade do Ferro. O povoado foi descendo para a fértil planície do Vale do Neiva, iniciando-se, em torno da Igreja paroquial, construída no século XII, o desenvolvimento urbano da freguesia. O seu topónimo tem origem nos balugães, ou balugões, uma espécie de borzeguins, indicando que na terra se faziam muitas balugas, ou botas altas com atacadores.
Balugães conservou alguns traços de uma ruralidade distante, que hoje ressurge em consequência do reconhecimento de alguns dos valores que animaram o nosso espaço rural durante séculos, e são parte da matriz fundacional de Portugal.
A quinta da Cancela foi residência de um tabelião, de apelido Ponce de Leão, de origem espanhola, descendente do Conde de Tolosa, tendo sido o último representante desta casa. Está sepultado na capela de S. Bento, na entrada do arco principal.
A referência mais antiga à propriedade data do século XVII. Também a “Água de Quingustos”, que abastece a Quinta, encontra referências aos seus direitos de utilização em documentos datados do século XVIII .
Desde o século XVIII que a quinta pertence à mesma família. Com a colaboração dos arquitectos Jorge Cavaleiro ( Casa da Eira) e Paulo Costa ( Casa do Caminho de Santiago ), os actuais proprietários fizeram da recuperação deste espaço um exercício de memória, ao encontro dos vestígios do tempo: com calma, detalhe, gosto e paixão. Cada recanto, cada pedra, cada árvore, tem uma história para contar.
A intervenção releva a predominância das técnicas construtivas tradicionais – levadas a preceito pelo construtor, Nuno Sobreiro – e o respeito pelos costumes e tradições da casa da Cancela, tendo resultado num ambiente integrado no meio envolvente, discreto e acolhedor.
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